segunda-feira, agosto 01, 2011

Atualização de armazenamentos dos reservatórios

No final de julho de 2011 as vazões afluentes nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Norte e Nordeste atingiram os valores de 114%, 161%, 93% e 81% sobre as respectivas Médias de Longo Termo (MLT) armazenáveis. Tais valores, todos eles próximos ou acima de 100%, têm permitido que os armazenamentos dos reservatórios equivalentes dos submercados encontrem-se atualmente em valores próximos ou superiores àqueles dos últimos cinco anos.

No caso do submercado Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO), o armazenamento ao final de julho último encontrava-se em 80,9% do volume máximo, conforme mostrado na Figura 1, maior valor desde 2007, embora apenas 1,1% superior ao respectivo armazenamento ao final de julho de 2007.

Figura 1 - Armazenamentos do submercado SE/CO
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Da mesma forma, o armazenamento do submercado Nordeste ao final de julho de 2011 encontrava-se em 80% do volume máximo. Conforme mostrado na Figura 2, este valor é superior aos armazenamentos de 2007, 2008 e 2010 na mesma data, mas inferior ao armazenamento de 2009.

Figura 2 - Armazenamentos do submercado Nordeste
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Ao final de julho último o armazenamento do submercado Norte encontrava-se em 89,6% do volume máximo, superior aos armazenamentos dos últimos cinco anos, conforme mostra a Figura 3.

Figura 3 - Armazenamentos do submercado Norte
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O armazenamento total do submercado Sul, ao final de julho, encontrava-se em 94% do volume total, como mostrado na Figura 4, e tem sido bastante oscilatório, como é característica deste submercado. A grande oscilação do armazenamento do Sul não é em geral preocupante, pois o Sul é pouco representativo no total. Por exemplo, em termos das médias de 2011, de janeiro até o momento, o armazenamento do Sul representa apenas 7,1% e o Norte representa 4,8% do total. Os reservatórios mais preocupantes são, assim, o SE/CO, com 70,4%, e o Nordeste, com 17,7% do total.

Figura 4 - Armazenamentos do submercado Sul
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Os valores atuais de vazões e armazenamentos têm permitido PLDs abaixo de R$ 40/MWh desde meados de março último. Na primeira semana de agosto, por exemplo, os valores médios dos PLDs para os submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Norte e Nordeste fecharam, respectivamente, em R$ 17,40/MWh, R$ 15,49/MWh, R$ 17,50/MWh e R$ 17,50/MWh. Para fins de comparação, os respectivos PLDs na primeira semana de agosto do ano anterior haviam fechado em R$ 106,51/MWh, R$ 106,51/MWh, R$ 106,7/MWh e R$ 106,7/MWh, mais de 500% acima dos valores atuais.

O atual cenário de tranquilidade poderá ser alterado pela revisão das Curvas de Aversão ao Risco (CARs) das regiões Nordeste e Sudeste, solicitado pelo ONS [1] em função do atraso da entrada em operação de várias usinas termelétricas. A revisão, caso ocorra (a audiência pública na ANEEL foi suspensa) deverá aumentar o nível mínimo de armazenamento do reservatório de ambas as regiões. Caso tal nível seja atingido, as termelétricas disponíveis deverão ser despachadas fora da ordem de mérito, causando grande impacto no Encargo de Serviço do Sistema (ESS) e algum impacto no PLD.

[1] ONS. Revisão da Curva Bianual de Aversão ao Risco para as Regiões Nordeste e Sudeste - Biênio 2011/2012. Disponíveis em <http://bit.ly/qD221e> e <http://bit.ly/ofkyrA>.

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